sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Lição 12 – A Integridade da Doutrina Cristã


Texto Áureo
Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2Tm 3.16,17). – O texto de ouro apresenta a palavra grega ‘theopneustos’ que literalmente significa tendo assimilado Deus’, sendo esta a declaração mais importante da Escritura sobre si mesma e nos informa que ela é produto da mente divina, e é apropriadamente chamada de a ‘Palavra de Deus’. Claro que Paulo afirma apenas a inspiração divina eximindo-se de tratar acerca do seu processo, que por sua vez o faz em outros lugares explicando a atuação do Espírito Santo na produção da palavra escrita (1Co 2.9-15).
Verdade Prática
A verdadeira doutrina cristã supre plenamente as necessidades da alma humana.

Leitura Bíblica em Classe

2 Timóteo 3.14-17; Tito 2.1,7,10
Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender que a doutrina bíblica produz vida;
Saber que na atualidade muitos resistem à sã doutrina, e
Conscientizar-se de que precisamos ser fiéis a sã doutrina.
Palavra-chave
DoutrinaEnsino sistematizado das verdades encontradas na Bíblia Sagrada.
Comentário
(I. Introdução)
A Bíblia, a Palavra de Deus, é a única fonte conclusiva de sabedoria, conhecimento e compreensão em relação às realidades definitivas e constitui-se numa ‘mina de ouro’ de princípios práticos (Sl 19.10). Sabedor dessa verdade, Paulo dirige estas palavras á seu amado filho Timóteo, as quais contêm a mais preciosa instrução para cada um dos que são chamados por Deus: ‘Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persiste nela, pois fazendo isto, te salvarás a ti mesmo e aos que te ouvem’ (1Tm 4.16). Primeiramente, deveria ele cuidar de si mesmo, e logo cuidar do ensinamento ou doutrina. Nós, hoje, também somos chamados por Deus para cuidar da doutrina. A Bíblia chama a doutrina de sã, saudável. É uma doutrina que cura, que transforma que levanta a pessoa. Essa exortação de Paulo é importante porque a tendência é ela ser permeada com falsidades. Precisamos ter zelo pela doutrina da Graça de Deus, não aceitar qualquer palavra, não aceitar até, muitas vezes, o que se diz que é Evangelho e não é: ‘Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios’ (1Tm 4.1). Boa Aula!
(II. Desenvolvimento)
I. A DOUTRINA BÍBLICA E O HOMEM
1. Alimentando a alma. Não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor; e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus” (2Co 4.5). Jamais devemos perder de vista o tão importante fato moral de que o mestre deve viver a verdade que ensina. Moralmente, é extremamente perigoso que um homem ensine em público o que sua vida prática desmente – perigoso para si mesmo, desonroso para o testemunho e prejudicial para aqueles a quem ensina. "Prega a palavra!" foi a admoestação do apóstolo a Timóteo. "Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina" (2 Tm 4.2). Esse mandamento, por si mesmo, é suficientemente forte para fazer que pastores se aprumem e percebam a grande ênfase colocada na pregação e no ensino. Paulo, entretanto, continuou escrevendo para fortalecer essa admoestação com um argumento bastante perturbador. O motivo pelo qual os pastores têm de pregar e ensinar a Palavra são porque "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (2Tm 4.3-4). A respeito de quem Paulo está falando? Quem são essas pessoas? Ele não estava se referindo às pessoas que se encontravam fora da igreja. Estava falando sobre membros de igreja que ouvem o ensinador. A razão pela qual Timóteo precisava pregar a Palavra com autoridade era a inevitável tendência íntima dos homens no sentido de resistirem à sã doutrina. A exposição da Palavra é o meio ordenado por Deus para combater essa tendência. Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de Deus, que Ele comprou para si com o sangue precioso do seu Filho amado (At 20.28; 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9). Em At 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (At 20.27). Daí, ele poder exclamar: “estou limpo do sangue de todos” (At 20.26); “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28).
2. Doutrina é vida. Doutrinar é ensinar as verdades fundamentais da Bíblia, organizadamente. É o conjunto de princípios que servem de base ao cristianismo, compreendendo desde o ensinamento, pregação, opinião das lideranças religiosas, desde que embasadas em Textos de obras Bíblicas escritas, como Regra de fé, preceito de comportamento e norma de conduta social, referente a Deus, a Jesus, ao Espírito Santo e Salvação. A nossa conduta deve se harmonizar com a doutrina que pregamos. Por isso o cuidado de nós mesmos estarmos vinculados ao cuidado da doutrina. Paulo discipulando Timóteo alerta-o quanto ao cuidado consigo mesmo e com a doutrina. A vida pessoal dos ministros de Deus deveria ser pura tanto quanto a doutrina que pregam. A influência de Deus pode se afastar do coração do homem através da negligência, e nossas mentes podem perder a intensidade de seu chamado. Paulo deve ter observado que os falsos mestres desviaram-se justamente por falhar nestes pontos e, portanto, de onde cristãos geralmente podem se desviar. “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho” (2Jo 1.9). O principal objetivo da doutrina bíblica é aprofundar o nosso conhecimento de Deus (Os 6.3). Se não o conhecermos experimental e redentivamente, como haveremos de colocar-nos a seu serviço? (1Sm 3.7). O Israel do Antigo Testamento caiu na apostasia por não conhecer a Jeová. Através de Oséias, o Senhor amoroso, lamenta: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4.6).
3. Doutrina e cultura. Quando se expõe algo, nossa base não pode ser o julgamento próprio, mas, por meio da verdade, apresentada pela Bíblia. Tendo conhecimento da doutrina, devemos praticá-la: “Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes“ (Jo 13.17); “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 3.13). ‘O nosso viver diário é uma conseqüência natural da filosofia de vida que adotamos. Nada mais evidente que isso. Obviamente a nossa vida religiosa é da mesma natureza que a doutrina que pregamos ou professamos. O procedimento de cada indivíduo é decorrente da doutrina religiosa ou filosófica que adota. Ele age em função dos princípios que constituem a sua vivência ou integram a sua personalidade no meio em que vive. O modo de viver de cada um é a expressão da doutrina que professa ou da sua própria irreligiosidade. A boa doutrina gera boa conduta. Doutrina correta tem como conseqüente uma vida correta. Por isso a doutrina bíblica é essencial na vida do crente, para que o seu viver esteja em perfeita harmonia com a Bíblia’. A situação presente do mundo é simplesmente uma conseqüência do abandono das Sagradas Escrituras. As doutrinas exóticas, humanistas e liberais que as igrejas modernas estão pregando em nossos dias, são responsáveis por essa lassidão moral que caracteriza o nosso século. Quando Paulo argumenta com os Romanos para que não se conformassem com o mundo (literalmente ‘era’, referindo-se a um sistema ateu), referia-se a conformar-se com o estilo ou aparência externos, acomodando-se a um modelo ou padrão. Para Paulo, qualquer conformidade aparente ou superficial com o presente sistema corrupto ou qualquer tipo de acomodação com seus costumes seria fatal para a vida cristã. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade [alguns manuscritos acrescentam: e da pureza] que há em Cristo” (2Co 11.3). Paulo, como um pastor zeloso, teme que seus convertidos se afastem de Cristo, assim como Eva foi enganada por Satanás e afastou-se de Deus. Ele sabia que os falsos apóstolos eram uma perigosa ameaça espiritual, comparável à Serpente de Gênesis. Seus ensinamentos pareciam bons, mas na realidade corrompiam a mensagem do evangelho com suas inserções humanas, filosóficas e gnósticas de apego a exigências legalistas e de concessões (2Co 3.6; 6.14-7.1; 10.5). Esse perigo não ficou restrito àquela época da Igreja, ele é tão real hoje quanto foi para a Igreja de Corinto. Por isso, a advertência de Paulo deve ser o norteador de todo crente para não se apartar da simplicidade e da pureza que há em Cristo.
Sinopse do Tópico (1)
A doutrina bíblica é como chuva que rega a terra. Ela produz vida.
RESPONDA
1. O que é doutrina?
2. Qual o principal objetivo da doutrina?
3. Qual o principal dever de um pastor?
II. RESISTÊNCIA À SÃ DOUTRINA
1. A inversão de valores. Estamos vivenciando uma época de relativismo moral com a rejeição de Deus e dos valores cristãos. A verdade absoluta particular está sendo paulatinamente abandonada, a sociedade ergue a bandeira do pluralismo e evita a idéia que há realmente o certo e o errado (Relativismo é a teoria filosófica que se baseia na relatividade do conhecimento e repudia qualquer verdade ou valor absoluto. Ela parte do pressuposto de que todo ponto de vista é válido. Essa filosofia afirma ainda que todas as posições morais, todos sistemas religiosos, todos movimentos políticos, etc., são verdades que são relativas ao indivíduo). Há uma frase atribuída a Martinho Lutero que diz:"Não é a Igreja que deve determinar o que deve ser ensinado das Escrituras, mas são as Escrituras que determinam o que deve ser ensinado na Igreja". 'O resultado da flexibilidade doutrinária e da posição adogmática de uns e do antidogmatismo de outros, tem refletido na vida de homens e mulheres de forma bem acentuada, comprometendo a estrutura social do país e a estrutura eclesiástica da igreja. É triste observar que as famílias vivem do amanhecer à noite como se Deus não existisse. O domingo é um dia para um sono extra, para passeios ou para se ler e estudar livros diversos. Se nada se ensina de Deus às crianças nas escolas, se dEle não se fala nos lares, só poderemos esperar no futuro uma sociedade não cristã' O profeta Isaías denunciou a atitude daqueles que fazem das trevas luz e da luz trevas; do amargo doce e do doce amargo (Is 5.20). Os que postulam essa inversão de valores estão debaixo de um “ai” de maldição. A corrupção e a decadência dos valores morais tornaram-se tão gritantes que os homens não apenas se distanciaram da verdade, mas tornaram a verdade em mentira e a mentira em verdade. Quando as pessoas deixam de perceber a diferença entre o bem e o mal, logo se encontram frente a frente com a ruína. Quando se deixa o padrão moral de Deus, todas as escolhas morais tornam-se confusas. Sem a presença de Deus, a sociedade estará a beira de um colapso e de muito sofrimento.
2. Desviando os ouvidos da verdade. A cada dia surgem novas doutrinas que fazem com que crentes que não estão bem equipados para o uso da espada, a palavra da verdade, venham a desviar seus ouvidos da verdade e pior voltarem-se para as fábulas, ritualismos ou ordenanças que na verdade promovem doutrinas falsas e negam as verdades básicas da fé Cristã (2Tm 4.1-5). Louis Berkhof em sua Teologia Sistemática falando acerca das marcas distintivas da Igreja assevera: “A fiel pregação da Palavra. Esta é a mais importante marca da Igreja. [...] A fiel pregação da Palavra é o grande meio para a manutenção da Igreja e para habilitá-la a ser a mãe dos fiéis. Que esta é uma das características da Igreja transparece em passagens como Jo 8.31, 32, 47; 14.23; 1Jo 4.1-3; 2Jo 9
3. Fábulas e mitos. As fábulas são fantásticas para captar a atenção dos interesses e dos sentimentos humanos. Seu estilo literário se caracteriza por narrações, nas quais, seres irracionais, e mesmo objetos inanimados, são representados como agindo e falando, para ensinar lições morais, e manipular a capacidade de atenção e concentração, tomando conta da identificação idealizada em detrimento da realidade. As fábulas e novelas têm poder na captação objetiva do interesse e na fixação das lições que estão sendo propostas. Paulo escreve que, nos últimos tempos, a própria Igreja estará se desviando dos propósitos de Jesus Cristo, distorcendo o evangelho de modo a aceitar o que é ilícito como se fosse normal, desviando as pessoas do genuíno evangelho do Senhor Jesus Cristo. O termo apostatar-se significa desviar-se ou afastar-se. Esse sinal já está acontecendo nos dias de hoje. Muitas autoridades das igrejas têm distorcido o verdadeiro evangelho, dando lugar ao orgulho, conforme alguns exemplos: Tim Lahaye e Jerry B. Jenkins, em seu livro Estamos vivendo os últimos dias? citam o bispo episcopal de New Jersey (EUA) John Shelby Spong, que escreveu o livro Why Cristianity should change or die (Por que o Cristianismo deve mudar ou morrer), onde ele afirma que:
- A ressurreição de Cristo não foi real, mas uma lenda;
- Não houve túmulo vazio, nem anjos, nem aparições;
- Nenhuma pessoa racional pode crer na interpretação literal da Bíblia;
- A virgem de uma Bíblia literal, Belém e a manjedoura, têm de sumir;
- A igreja deve apoiar ativamente, e até celebrar relações extraconjugais.
A Palavra de Deus nos alerta que as igrejas apóstatas infelizmente terão seus seguidores, além dos falsos mestres, conforme 2Tm 4.3-4: "Porque virá tempo em que [as pessoas] não suportarão (agüentarão) a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos [por algo prazeroso e gratificante], amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas". A Bíblia, no entanto, em muitas passagens, adverte o cristão a respeito do perigo de abandonar os valores morais da Bíblia. A Palavra de Deus afirma que “o mundo passa, com tudo aquilo que as pessoas cobiçam; porém aquele que faz a vontade de Deus vive para sempre” (1 Jo 2.17; Tg 4.4; 2 Pe 2.20-22 - NTLH).
Sinopse do Tópico (2)
Na atualidade, muitos têm resistido à sã doutrina, dando ouvido a fábulas e mitos.
RESPONDA
4. A vida abundante que Cristo nos dá envolve quais aspectos?
III. ATITUDES EM RELAÇÃO À SÃ DOUTRINA
1. Fidelidade a Deus. Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, Arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças” (Cl 2.6-7 6). O apóstolo insiste que devemos andar de acordo com o evangelho, a fim de ficarmos arraigados, edificados e firmados na Palavra de Deus. Independente do que os legalistas façam ou digam, independente do que os tele-pregadores e cantores do gospel espalhem como verdade, a igreja deve preservar a sã doutrina, deve continuar com a doutrina saudável do evangelho. É preciso estar preocupados com que a sã doutrina, que é segundo o evangelho, seja transmitida e que haja o comprometimento para com a mesma. O Senhor adverte-nos, em sua Palavra, de que nos últimos tempos haveria grande rebeldia e apostasia: "Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios" (1 Tm 4.1). Paulo continua observando em geral por que os cristãos deveriam viver de acordo com a sã doutrina (Tt 2.11-14). Deus demonstrou sua graça para com a humanidade enviando seu Filho para morrer na cruz. Jesus morreu para redimir os homens de sua iniqüidade, assim provendo para ele próprio um povo especial purificado e zeloso das boas obras (Ef 5.25-27). A mensagem do evangelho é que podemos tornar-nos parte deste povo especial se quisermos deixar a impiedade e as paixões pecaminosas do mundo e viver de acordo com a sã doutrina.
2. Discernindo os enganos e sutilezas. Paulo exortou a igreja de Tessalônica: "Examinai tudo. Retende o bem" (1Ts 5.21). Todo e qualquer ensino espiritual deve ser analisado, a fim de evitar os efeitos do engano e a corrupção da sã doutrina dentro da igreja. Os falsificadores simulam uma espiritualidade, sabem falar a linguagem do povo cristão, apresentam uma suposta autoridade espiritual e falam em nome de Jesus. Porém, esses mesmos pseudo-profetas não apresentam uma piedade genuína, seus frutos são carnais, e o amor está longe de seus corações. Precisamos estar atentos, porque um ensino falso pode trazer conseqüências destrutivas à vida de qualquer pessoa. O apóstolo Pedro deixou claro que a presença do verdadeiro não é suficiente para impedir a manifestação do falso. Ao falar dos autênticos profetas hebreus do Antigo Testamento, o apóstolo ressaltou que “também houve entre o povo falsos profetas” (2Pe 2.1). Ao longo dos séculos, percebeu-se que onde há o verdadeiro, há também o falso. Para cada Moisés, há um Janes e Jambres (2Tm 3.8); para cada Micaías, há um Zedequias, filho de Quenaana (1Rs 22.11); para cada Jeremias, há um Hananias, filho de Azur. O crente não pode deixar-se levar pelos sinais e manifestações sobrenaturais, sem antes ter a certeza de que a sua origem é divina (1 Jo 4.1-3).
3. Plenitude de vida. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10). Neste ponto, discordo do pensamento do nobre comentarista quanto a idéia de que a vida abundante faz referencia a todos os aspectos de nosso ser: físico, espiritual, emocional e mental. Essa promessa que Ele fez é a de vida eterna, e a vida eterna é abundante. Por certo, não se refere às condições existenciais do homem. Contudo, transcrevo a seguir, o artigo O que entender por vida abundante?, de autoria do articulista Claudio Crispim, que trata sobre o assunto e deixo para livre interpretação dos leitores: Para compreender como alcançar a vida abundante prometida por Cristo e no que esta consiste faz-se necessário reler alguns versos bíblicos, como este de Deuteronômio: “...de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem” (Dt 8.3); “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47). Moisés deixa claro que é a palavra de Deus que concede vida ao homem e o profeta Habacuque afirmou que '…o justo viverá da fé' (Hc 2.4), apontando a mesma verdade abordada por Moisés, ou seja, o homem que vive através da palavra de Deus é declarado justo diante d'Ele. Quando mesclamos a citação de Habacuque com a de Deuteronômio, temos a seguinte leitura 'O homem justo viverá de toda a palavra que sai da boca de Deus (fé)', pois a 'fé' que o profeta Habacuque apresenta é Cristo, a fé que havia de se manifestar, a 'palavra da boca de Deus' “Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar” (Gl 3.23; Jo 1.1 e 14). Jesus mesmo disse que as suas palavras são espírito e vida: “... as palavras que eu vos disse são espírito e vida” (Jo 6.63) e, o evangelho é o poder de Deus que vivifica o homem “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica” (2Co 3.6). O espírito que vivifica refere-se a palavra de Deus, a fé que havia de se manifestar: Cristo! Cristo, o Verbo encarnado, é a 'fé' que justifica o homem, pois é Ele quem vivifica a quem quer “Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer” (Jo 5.21); “Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste” (Jo 17.8). O espírito que vivifica é a fé que se manifestou trazendo salvação aos homens. Enquanto Adão foi criado alma vivente, Cristo foi feito espírito vivificante (1Co 15.22 e 45). A vida concedida aos que crêem possui conexão intima com a ressurreição de Cristo dentre os mortos "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos" (1Pe 1.3). Desta forma podemos compreender a seguinte exposição paulina: “E qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus” (Ef 1.19-20). A grandeza do poder sobre os cristãos se dá segundo a operação do seu poder, ou seja, do evangelho, que é poder de Deus (Rm 1.17), o mesmo poder que foi manifesto em Cristo ressuscitando-o dentre os mortos. A proposta central do evangelho de Cristo centra-se na ressurreição do Messias dentre os mortos e, como Jesus ressurgiu, a fé é firme, pois o poder que n'Ele operou, agora opera nos que crêem. O salmista também faz referência à palavra de Deus como ente vivificador por diversas vezes: “A minha alma está pegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra” (Sl 119.25 e vv. 37, 40, 88, 107, 154, 156,159), comprovando que o testemunho dos profetas é segundo o Espírito de Cristo “Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir” (1Pe 1.11); “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho” (1Jo 5.11). Para se alcançar a vida abundante que Cristo prometeu basta crer, apoiar-se, descansar, confiar na fé revelada. O apóstolo João enfatizou: “E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (1Jo 2.25). Todos quantos descansam nesta esperança proposta alcançaram a vida eterna “Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.15); “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47); “Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6.68); “Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna” (Tt 3.7); “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta; A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu...” (Hb 6.18 -19). Basta ao homem dar ouvido à palavra de Cristo que passará da morte para a vida “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê n'Aquele que Me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). A morte que Cristo faz referência diz da condição do homem alienado da vida que há em Deus em decorrência da desobediência de Adão. Tal morte não faz referência à morte física, antes diz da condição do homem na condição de trevas enquanto Deus é luz “Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15.21-22). A vida com Cristo diz da nova condição do homem unido ao Criador. Por ter sido gerado de novo, da semente incorruptível, que é a palavra de Deus, o homem passa a compartilhar da glória de Deus. Qualquer que crê em Cristo passou da morte para a vida, ou seja, vive pelo Espírito, vive pela fé “Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” (Gl 5.25); “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8; Hc 2.4). Vida dentre os mortos! É isto que Cristo promete e, é por isso que o cristão deve regozijar-se, visto que o seu nome está escrito no livro da vida “...alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” (Lc 10.20). Essa é a esperança proposta, a vida eterna, portanto, o cristão deve se alegrar nela (Rm 12.12). Cristo nos ofereceu a vida no sentido de o homem compartilhar da natureza divina, estar unido à glória de Deus “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo 17.22). Porém, muitos cristãos são atraídos pelo adjetivo pertinente a vida concedida por Cristo (Jo 10.10). Por vida em abundância interpretam 'qualidade de vida' econômica e social, e se esquecem que o reino de Deus não é comida nem bebida “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). Há também aqueles que apregoam que a vida 'abundante' ofertada por Cristo tem em vista o alívio dos sofrimentos causados pela pobreza, enfermidades, condições opressoras de trabalho, injustiças sociais, abusos dos direitos civis, etc., e que a vida prometida por Cristo tem em vista uma melhoria das questões de ordem moral. Chegam ao ponto de afirmar que a vida é para a eternidade e a vida em abundância é promessa para o presente momento, contrariando o que Cristo falou: no mundo tereis aflições (Jo 16.33). Em que consiste a abundância? Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10), essa promessa que Ele fez é a de vida eterna, e a vida eterna é abundante. Por certo, não se refere às condições existenciais do homem, pois todos tem uma expectativa de viver até os setenta anos, sendo que o que disso passar é canseira e enfado. Além disto, o homem comerá do suor do seu rosto, o que implica em enfado e cansaço "Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando" (Sl 90.10). Ora, os que crêem serão fartos de justiça, visto que é isto que Jesus oferece “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mt 5.6). Como a salvação proporcionada redunda em louvor a graça de Deus, certo é que os cristãos são fartos de alegria “E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12.3). Na vida com Cristo há fartura de alegria, justiça, consolo, paz, etc. A vida abundante refere-se ao que o reino de Deus proporciona: justiça, paz e alegria no Espírito Santo “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17), pois em tudo os cristãos foram enriquecidos: “... em toda a palavra e em todo o conhecimento” (1Co 1.5); “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo” (Cl 2.2). O apóstolo Paulo enfatiza que os cristãos são abençoados com todas as bênçãos espirituais “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3), e o salmista diz que nada tem falta os que O temem "Temei ao SENHOR, vós, os seus santos, pois nada falta aos que o temem" (Sl 34.9). Se a vida abundante refere-se às questões de ordem econômica e social, jamais Cristo alertaria para que os seus ouvintes não se inquietassem pelo dia de amanha "Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?" (Mt 6.31), pois os bens que um homem possui não consiste em riquezas "E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui" (Lc 12.15). Porque Jesus prometeria riquezas pertinentes a este mundo, se os cuidados deste mundo tornam infrutíferos os homens, o que poderá levá-los a serem cortado da Oliveira? "Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera" (Mc 4.19). É por causa destes pseudo evangelhos que hoje muitos apregoam e seguem, que Jesus fez a pergunta: "Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" (Lc 18.8).
Sinopse do Tópico (3)
Ser fiel a sã doutrina significa desfrutar da vida abundante que Jesus tem para nós.
RESPONDA
5. O que nos faz seguir as doutrinas bíblicas e os preceitos do Senhor?
(III. Conclusão)
Estamos vivendo tempos trabalhosos e a falta de interesse pelo estudo bíblico campeia em nossas igrejas. Não é difícil encontrar dentro de uma mesma igreja opiniões distintas sobre pontos básicos de nossa doutrina. O antídoto para essa anomalia é o ensino sistemático das verdades cristãs. Como poderá o crente guardar a Palavra se a desconhece ou possui um conhecimento falho? A maior necessidade da presente hora no seio da igreja é uma sólida base bíblica doutrinária para a fé!
"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante que: "... o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28).
Subsídio para o Professor 

O diabo perturba a Igreja, tanto através do erro, quanto do pecado. Quando ele não consegue atrair os cristãos para o pecado, engana-os com falsas doutrinas.
II - AVISOS BÍBLICOS SOBRE OS FALSOS MESTRES - Tt 1:10-16:
Tt 1:10 - Vemos aqui três características dos falsos mestres:
(1) - Insubordinados contra a autoridade;
(2) - Faladores frívolos, cabeças vazias com discursos vãos;
(3) - Enganadores, vigaristas em matéria de religião
Tt 1:11 - Tapar a boca significa NÃO TER MEDO DE RESISTIR, DE DEFENDER O REBANHO, MESMO QUE TENHA DE ENFRENTAR ALGUÉM - Mt 23; At 4:9-10, 20; 7:51-53; 13:9-11. É o mesmo que AMORDAÇAR como se faz com um cão (Is 56:11).
O ensino falso desses homens foi e sempre é prejudicial porque visam tão-somente a lucros e vantagens materiais (Mt 23:14; II Tm 3:6-8 cf I Tm 6:9-10; Ex 23:8; Dt 16:19)
Tt 1:12 - Dois grandes nomes que se destacavam como profetas e ensinadores entre os cretenses, eram: EPIMÊNIDES e CELEMATOS.
Esses homens foram os principais ensinadores e idealizadores do altar AO DEUS DESCONHECIDO. Foi em Creta que se fez pela primeira vez esta inscrição.
Tt 1:13 - Esta recomendação é dada a Tito, destinando-a aos crentes de Creta. O desejo de Paulo era edificar a Igreja na verdade (II Cor 13:10)
Tt 1:14 - Exemplos de fábulas judaicas:
(1) - Tamuz - Um deus babilônico, que era considerado O DEUS SOL, cuja suposta morte era lamentada anualmente pelas mulheres israelitas (Ez 8:14)
(2) - Rainha dos céus - Uma deusa assírio-babilônica, denominada ISTAR, cuja adoração predominava no Sul de Canaã; atingiu Israel (Jr 7:18; 44:17-19).
Josias, o rei de Judá, aboliu a idolatria, destruindo tudo, inclusive as imagens do sol (II Cr 34:3-7)
Tt 1:15 - É uma doutrina da liberdade cristã (Jo 8:31-34; Rm 6:14-23; 8:1-2; Tg 1:25; 2:12-13 cf Lc 11:33-36; I Cor 10:23; 16:22; Gl 5:13; I Pe 2:16) - Aqui não se está ensinando a participação nas coisas ilícitas, nem a doutrina do NÃO FAZ MAL, comumente adotada em muitas Igrejas. Esta doutrina da liberdade cristã está firmada no ensino de Jesus (Mt 6:22-23)
Tt 1:16 - Esta é a atitude dos falsos obreiros, para os quais Paulo chama a atenção. Leiamos com cuidado Rm 1:21-25; II Pe 82:17-22; Jd 16, 19
III - PAULO EXORTA OS CRENTES EM ROMA CONTRA OS FALSOS MESTRES (Rm 16:17-20)
Rm 16:17 - Como em todo lugar, também em Roma surgiram entre os crentes elementos carnais, disfarçados de cristãos, que ensinavam heresias contra a fé recebida. Contra os tais faz esta advertência, pois são elementos perniciosos que torcem o sentido original da doutrina bíblica a favor de sutis e enganadoras heresias.
Rm 16:18 - Neste versículo, Paulo afirma que tais elementos NÃO SERVEM AO SENHOR JESUS CRISTO, mas gostam de iludir os símplices na fé.
Rm 16:19 - Paulo regozija-se por causa da obediência e da devoção dos crentes romanos, mas sente-se na obrigação de chamar-lhes a atenção para tais perigos
Rm 16:20 - Está declarada a derrota final e total de Satanás, mediante a fidelidade a Cristo. Paulo procura despertar a fé e a confiança dos romanos para perseverarem e resistirem aos falsos ensinos enviados por Satanás.
IV - AS INCUMBENCIAS DE TIMÓTEO
(1) - Deter os falsos mestres - (I Tm 1:3-11);
(2) - Acusá-los - I Tm 6:3-10;
(3) - Tê-los em mente - II Tm 3:1-9
V - AS FALSAS DOUTRINAS:
São Destruidoras da fé - II Tm 2:18

São Odiosas para Deus - Apc 2:14-15
São Sem proveito e vãs - Tt 3:9; Hb 13:9
Devem ser evitadas pelos ministros - I Tm 4:1; 6:20
Devem ser evitadas pelos santos - Ef 4:14; Cl 2:8
Devem ser evitadas por todos - Jr 23:16; 29:8-9
Os ímpios, amam-na - II Tm 4:3-4
Os ímpios são entregues à sua crença - II Ts 2:11

VI - OS FALSOS MESTRES:
Não devem ser tolerados - II Jo 10
Devem ser evitados - Rm 16:17-18
Trazem vergonha sobre a religião cristã e atraem a muitos - II Pe 2:1-2
Falam coisas perversas - At 20:30
Enganam a muitos - Mt 24:5
Serão numerosos nos últimos dias - I Tm 4:1
Pervertem o Evangelho de Cristo - Gl 1:6-7
São cruéis - At 20:29
São enganadores - II Cor 11:13
São avarentos - Tt 1:11; II Pe 2:3
São ímpios - Jd 4, 8
São orgulhosos e ignorantes - I Tm 6:3-4
Devemos testá-los pelas Escrituras - Is 8:20; I Jo 4:1
Maldição contra os que ensinam as falsas doutrinas - Gl 1:8-9
Punição daqueles que ensinam as falsas doutrinas - Mq 3:6-7; II Pe 2:1-3
Serão finalmente expostos - II Tm 3:9
Desta forma, temos de nos perguntar: - “Que efeitos os ensinamentos dos falsos mestres estão produzindo nos discípulos?”.
Isto porque, às vezes, a falsidade de um ensino não aparece imediatamente; apenas mais tarde percebemos que seus resultados foram desastrosos: Perturba a fé das pessoas, promovendo a impiedade e divisões dolorosas (II Tm 2:16-18 cf I Tm 6:4-5; II Tm 2:23; Tt 1:1).
Por outro lado, o bom e verdadeiro ensinamento produz fé, amor e piedade (I Tm 1:4-5; 4:7; 6:3; II Tm 3:16-17; Tt 1:1)

VII - DEZ DIFERENÇAS ENTRE O VERDADEIRO E O FALSO EVANGELHO
(1) – O VERDADEIRO EVANGELHO consiste em pregar as boas novas de salvação, permitindo ao salvo entrar no Reino de Deus (Hb 4:2; Lc 4:43);
O FALSO EVANGELHO consiste em pregar o Reino da Terra, isto é, bens materiais, riquezas, prosperidade, as boas coisas do reino deste mundo, isto é, de Satanás.
(2) – O VERDADEIRO EVANGELHO prega o arrependimento, mudança de vida, a mensagem da cruz de Cristo, que é loucura para os que perecem (1 Co 1:18);
O FALSO EVANGELHO prega uma mensagem que soa bem aos ouvidos e às necessidades do homem atual.
(3) – O VERDADEIRO EVANGELHO apresenta um evangelho cristocêntrico, centrado unicamente no Senhor Jesus Cristo (1 Co 2:2; 2 Co 2:17);
O FALSO EVANGELHO apresenta um evangelho antropocêntrico, centrado no homem e em suas vontades.
(4) – O VERDADEIRO EVANGELHO convence que aqueles que estão em Cristo passarão por aflições e que terão de estar dispostos em sofrer pelo Evangelho (Jo 16:33; Lc 9:23; Mt 5:11-12);
O FALSO EVANGELHO consiste em dizer que estamos livres de problemas; não se pode sofrer, pois isto é falta de fé.
(5) - O VERDADEIRO EVANGELHO prega a ajuda do alto (Rm 1:16);
O FALSO EVANGELHO prega mensagens de autoajuda.
(6) – O VERDADEIRO EVANGELHO afirma que, no culto coletivo a Deus, devemos adorá-lo, voluntariamente, em espírito e verdade; não pelo que Ele pode nos dar, mas sim pelo que Ele é, sem segundas intenções (Jo 4:23-24; Tg 1:17);
O FALSO EVANGELHHO leva as pessoas a achar que Deus é um “Papai Noel”, fazendo as pessoas ser apenas interesseiras.
(7) - O VERDADEIRO EVANGELHO faz o pecador prostrar-se, humilhar-se e quebrantar-se diante da grandeza de Deus, adorando-o (2 Cr 7:14, 20:18; Mt 15:25; Lc 8:47);
O FALSO EVANGELHO faz o pecador adorar e idolatrar “cantores gospel”, “pastores”, “apóstolos” e “missionários fraudulentos”, fazendo com que a palavra destes tenham mais peso do que a própria Bíblia.
(8) – O VERDADEIRO EVANGELHO ensina que devemos examinar tudo e reter o que é bom, (1Ts. 5.19-22; At.17. 11);
O FALSO EVANGELHO ensina que somente pastores, ou líderes são os “ungidos do Senhor”, fazendo destes inquestionáveis, mesmo estando em pecado e fazendo o povo de Deus pecar.
(9) – O VERDADEIRO EVANGELHO ensina que somos servos de Deus e que temos que obedecê-Lo, acatando a vontade de dEle (Mc 14:36; Lc 11:2; Jo 9:31);
O FALSO EVANGELHO ensina que podemos mandar em Deus, determinando o que quisermos; ou seja, ensina que podemos colocar Deus contra a parede, tornando-O nosso servo.
(10) – O VERDADEIRO EVANGELHO incentiva o cristão a estudar e buscar o conhecimento da Palavra de Deus (Os 4:6; Mt 22:27; Jo 5:39; At 17:11; 2 Pe 3:18);
O FALSO EVANGELHO não incentiva o ensino das Sagradas Escrituras; ao contrário: deturpando-o, conforme seus interesses.
VIII - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Devemos provar os espíritos para saber se é de Deus (1 Jo 4.1-3).
Devemos ser verdadeiros mestres da Palavra de Deus, evitando os falatórios profanos dos falsos mestres (II Tm 2:15-21)
Devemos fugir, não só da doutrina errônea, mas também da vida má, seguindo não só a verdadeira doutrina, mas também a verdadeira vida (II Tm 2:22)
Ct 2:15 - Finalmente, devemos ter muito cuidado com “as raposas”. Este tipo de animal simboliza em nossos dias os falsos mestres, os falsos obreiros, as falsas doutrinas, as heresias, o falso pentecoste baseado na imitação. Só há um remédio eficaz para cambatê-los:
ZELARMOS PELA INTEGRIDADE DA DOUTRINA CRISTÃ!
ISTO SÓ CONSEGUIREMOS ADOTANDO UMA DOUTRINA SADIA E APLICANDO O FOGO PENTECOSTAL, COM A MARCA REGISTRADA PELO ESPÍRITO SANT
O

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A realidade bíblica sobre o inferno


Marcos 9.43b,44,45b,46,47b,48

15/8/2011 10:22:24

A realidade bíblica sobre o infernoIntrodução
O debate sobre o inferno tem sido reacendido. Por diversas vezes, pregadores conhecidos e desconhecidos têm procurado dar suas visões acerca do inferno. Mais recentemente, um famoso preletor para jovens negou que o inferno seja real e/ou eterno. Alguns de seus livros têm sido traduzidos para nossa língua, bem como a sua série Nooma. Estou falando do Rob Bell, que recentemente causou estranheza 

no mundo cristão ao afirmar: um Deus amoroso jamais sentenciaria almas humanas para o sofrimento eterno. Será?

Parece que tem sido moda1  (ou ressurgimento de antigas heresias) negar a existência e eternidade do inferno. Tudo em nome de anunciar uma mensagem que transija com o “bem-estar” e, principalmente, com a filosofia pluralista e a pseudotolerância de nosso século. A fim de transmitir a imagem de “pastores e pregadores” contemporâneos, tolerantes e “bona fide”, esses tais reformulam o amor de Deus, ensinando que “um Deus de amor não lançará ninguém no inferno”. Será contraditório um Deus de Amor condenar homens ao inferno? Se Deus realmente é amor, então como ele pode mandar alguém para o inferno?

No texto que lemos encontramos a seriedade com que Jesus alertou sobre esse terrível lugar. Jesus não disse que era um estado espírito, como querem alguns “pregadores modernos e adocicados”. Na verdade, nesta exposição temática, veremos o que a Escritura ensina sobre esse lugar terrível e algumas objeções levantadas por aqueles que negam o caráter eterno da punição. Rogamos a Deus que nos conceda cuidado, compaixão e, sobretudo, fidelidade ao pisar nesse terreno.

OPÇÕES OFERECIDAS PARA O DESTINO FINAL – SÃO BÍBLICAS?
Não parece ser uma boa opção alguém passar a eternidade em sofrimento. É isto que se deduz da palavra “inferno” e das expressões usadas por Jesus: tormento e sofrimento. No entanto, têm-se oferecido outras opções sobre o destino eterno dos homens. Quero avaliá-las nesse momento, pois elas respondem à pergunta: o que acontece conosco quando morremos? A seguir nos voltaremos para o texto bíblico em exame. São elas:
I.    Reencarnação – tem sido a visão mais popular. Os que ensinam essa concepção nos dizem que temos múltiplas e sucessivas vidas. No túmulo de Alan Kardec tem o seguinte lema: “Nascer, morrer, renascer e progredir sempre; está é a lei”. A Escritura não ensina reencarnação. Antes, ela diz: “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9. 27).

II.    Materialista/Naturalista – este grupo, embora menor, tem forte expressão. Eles nos dizem que não temos alma, que somos apenas corpo e que, ao morrer, deixamos de existir.  Tomando as Escrituras como autoritativa, encontramos o Senhor Jesus dizendo: “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt 10.28).

III.    Universalistas – alguns contemporâneos têm adotado essa visão. Entre eles o próprio Rob Bell. É também a teoria exposta no livro A Cabana (William P. Young, Ed. Sextante, 2008). Eles ensinam que no final todos que estão no inferno serão salvos e o inferno esvaziado. Por pensarem que todas as religiões conduzem a Deus, entendem então que todas as pessoas serão salvas. Porém, não é isso que Jesus Cristo ensinou. Na verdade, a própria morte de Jesus é sinal de que apenas alguns serão salvos (Cf. Mt 202.8; Mc 10.45). Também disse Isaias ecoado em Paulo: “Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo” (Rm 9.27). 

IV.    Purgatório – esta é a doutrina esposada pelo Catolicismo Romano. De fato, a não ser no Livro Apócrifo de 2 Macabeus 12.46, as Escrituras não reconhecem tal doutrina. O que ela ensina? Ouçamos o que diz o Catecismo Católico: “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após a sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do céu”(C.C, 1030 – 1032).

v.    Aniquilacionismo – é a crença de que os incrédulos não irão sofrer eternamente no inferno, mas que, após algum tempo, serão extintos e deixarão de existir. Embora homens de Deus como John Stott tenham crido nesta doutrina, à luz das Escrituras e da História da Igreja como registrada nas Confissões, a posição cristã tem sido de que os ímpios sofrerão eternamente no inferno. Ouça o que diz a Escritura: “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”(Ap 20.10; Cf. 14. 9 -11; 19.20). 
O ENSINO BÍBLICO SOBRE O INFERNO
Por três vezes no texto, Jesus adverte aos discípulos: “melhor é para ti entrares na vida-reino de Deus – aleijado, coxo e cego – do que ires para o inferno” (v. 43, 45, 47). A cada advertência Jesus também acrescenta algo sobre o inferno: “para o fogo que nunca se apaga [ARA- inextinguível] (2x)” seguida de outro qualificativo: “onde o seu bicho não morre” 2.

Que descrição terrível vindo da doce voz do Senhor!

Precisamos lembrar que os discípulos não se impressionaram com a descrição. Por quê? Embora fosse uma nova revelação no ministério de Jesus, a descrição já era conhecida pelos discípulos na leitura dos Profetas: “e sairão [os eleitos], e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque oseu verme nunca morrerá, nem o seu fogo nunca se apagará; e serão um horror a toda a carne” (Is 66. 24). Diante das palavras de Jesus e, agora, considerando o todo da revelação bíblica, vejamos qual é o ensino bíblico sobre esse lugar.

Primeiro, o inferno é um lugar real – Jesus diz que as pessoas “vão para o inferno”. O verbo (eiseltein) usado implica em “deslocar-se” ou “separar-se”. No nosso texto usa-se com a preposição (eis) e o substantivo ten geennan. Essa construção gramatical dá a noção espacial . Desse modo, o que Jesus quer dizer é que alguém é “separado para dentro da Geena”. Mas, o que era a Geena?
A palavra traduzida por “inferno” (geena) era uma referência a um lugar chamado de “Vale de Hinom” (Cf. Js 15.  8; 16.18; 2 Rs 23. 10; 2 Cr 33.6). Ficava ao sul de Jerusalém e lá, os antigos judeus apóstatas, sacrificaram seus filhos ao deus pagão Moloque (Cf. 2 Cr 16.3; 21.6; Jr 7. 31; 19.5,6; 32.35). Foi o Rei Josias quem pôs fim a essa prática e transformou o lugar num lixão da cidade. Ali eram jogadas as carcaças de animais que eram queimadas dia e noite. Havia um fogo por baixo do monturo e, por não faltar carniças, nunca deixava de haver vermes.
Veio a ser, portanto, o designativo do lugar de juízo de Deus e se passaria a chamar “Vale da Matança” (Cf. Jr 7. 32;
19. 6, 7). Ao dizer, então, que os ímpios “vão para a Geena [inferno]” têm-se uma ideia acerca do horrível lugar. Decerto que não havia outra figura para demonstrar quão terrível e miserável é o inferno. Não havia descrição mais chocante para descrever sofrimento e tormento. Então, afirmamos à luz das Escrituras, o inferno é um lugar real.

Segundo, é um lugar de consciência – ora, ao dizer que “é melhor isso do que aquilo”, Jesus Cristo revela que aqueles que vão para o inferno estão conscientes de suas escolhas. Poderiam ter escolhido “ficar sem uma mão, um pé ou um olho” e entrar no reino de Deus, mas preferiram perder a sua vida. Semelhante imagem apresenta no v. 42 – “melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado no mar” – em que aquele que fosse motivo de tropeço para um crente mais pequenino estava ciente do tropeço causado. Também o causador de tropeço estava consciente de sua pedra no pescoço e do lugar onde estava se lançando. De igual modo, aqueles que vão para o inferno saberão onde estão e por que estão ali.

Terceiro, é um lugar de permanente sofrimento – quando Jesus diz que “o fogo nunca se apaga e o verme não morre”, aponta para uma realidade permanente. O que mantém o fogo aceso é a existência de material para combustão. No inferno não faltará material para combustão. Claro que, ao usar a referência de “fogo” pode-se muito mais falar do sofrimento sob o juízo divino do que sob “chamas literais”, de acordo com alguns comentaristas. Diz Anthony Hoekema: “O objetivo das figuras, porém, é que o tormento e angústia internos, simbolizados pelo verme, nunca terão fim e os sofrimentos exteriores simbolizados pelo fogo nunca cessarão. Se as figuras utilizadas nesta passagem não significam sofrimento sem fim, então elas não significarão coisa alguma”.
Por diversas vezes, Jesus usa figuras semelhantes para falar do sofrimento eterno. Por exemplo, Jesus disse que é um lugar descrito como uma “fornalha de fogo” onde “haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13.50; ); Jesus disse que os justos irão para vida eterna, mas os ímpios para “o tormento eterno” (Mt 25.46). Ora, não faria sentido pensar que os justos estarão junto a Deus por toda eternidade e, no mesmo texto, Jesus pensar que o tormento é temporário. O inferno também é chamado de “trevas” (Mt 25.30; 22.13). Em outra designação é que os que são destinados ao inferno “ira e indignação [...] tribulação e angústia”(Rm 2. 6-9). De acordo com João, os ímpios serão “atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos” (Ap 20.10). De acordo com Apocalipse 19.20, a Besta e o Falso Profeta foram lançados vivos no “lago de fogo e enxofre”. Porém, depois de Mil Anos eles ainda estavam lá, onde receberão a companhia do diabo (Cf. Ap 20.10). 

Quarto, o inferno é o lugar da Ira de Deus – quando Jesus diz “fogo que nunca se apaga”, isso nos fala não apenas do sofrimento, mas também da ira de Deus. Em mais de 600 lugares, a Bíblia fala sobre a ira de Deus. No caso específico do inferno, o fogo não é purificador, mas o “fogo da ira de Deus”. Alguns há que costumam colocar os atributos de Deus uns contra os outros, como se, porventura, algum atributo de Deus prevalecesse sobre os demais. Porém, a justiça de Deus, bem como seu amor e soberania, exigem a existência do inferno4 . Porque Deus é justo, ele não pode contemplar os pecados (Hb 1.13). Porque Deus é amor e amou ao mundo, aqueles que rejeitam esse grande amor rejeitam tão grande salvação (Hb 2.3).  Porque Deus é soberano, o mal precisa ser derrotado. Deus vencerá no final (Ap 20). O inferno, portanto, é o efeito da Ira de Deus. Conclui-se daí que o inferno não é governado por Satanás, mas Deus Reina também no inferno. Como disse William Hendriksen:5 “o inferno é inferno porque Deus está lá, Deus em toda a sua ira (Hb 12.29; Ap 6.16). O céu é céu porque Deus está lá, Deus em todo o seu amor. É desta presença de amor que o ímpio é banido para sempre.”

Quinto, Jesus ensina que é possível livrar-se de ir para o inferno – ao dizer “melhor é isso do que aquilo”, Jesus apresenta uma maneira de ser lançado no inferno. Diante do contexto maior (8.34ss), fica claro que os “seguidores de Jesus Cristo”, porque renunciaram aos seus pecados, negaram-se a si mesmo, tomaram a sua cruz e, até mesmo, perderam a sua vida “por amor de mim [Jesus Cristo] e do Evangelho” (Cf. 8.35). Assim, ao fazer a comparação entre o que é “melhor”, estamos diante do teste do Senhor para saber quem é seu discípulo ou não. Aqueles que não renunciam seus pecados aqui terão de sofrer com eles longe da Glória de Deus, em eterno sofrimento. Jesus apresentou o preço a se evitar.

Outra coisa, por duas vezes Jesus diz “entrares na vida” (v. 43, 45) e uma vez diz “entrares o reino de Deus”. Ficamos sabendo pelo interlocutor João que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo (Jo 3.7). Por “novo nascimento” o cristianismo ensina ser “a alegria sincera em Deus, por Cristo (1) , e o forte desejo de viver conforme a vontade de Deus em todas as boas obras (2). (Is 57:15; Rm 5:1,2; Rm 14:17. (2) Rm 6:10,11; Gl 2:19,20)” (Catecismo de Heidelberg, p. 90).

O próprio Jesus reconheceu que o inferno não foi preparado primeiramente para o homem, mas para o “Diabo e seus Anjos” (Mt 25.41). E para livrar o homem de ir para o inferno, “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”(Jo 3.16). Porém, porque o homem permanece indiferente a Jesus Cristo, ou seja, não crê no Filho, então “não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” (Jo 3.36). 
 
E, ENTÃO?
Existem temas nas Escrituras que são dolorosos. Falar sobre o inferno é um desses temas. Porém, a doutrina sobre o inferno é parte da Teologia Bíblica, e como prova disso, o Senhor Jesus e seus apóstolos a ensinaram repetidamente.  Como disse o Bispo John Ryle, “não há misericórdia alguma em ocultar dos homens o assunto a respeito do inferno. Por mais temível e tremendo que seja o inferno, ele deve ser uma realidade fortemente inculcada sobre todos, como uma das grandiosas verdades do cristianismo. O apóstolo João, no livro de Apocalipse, com frequência o descreveu. Os servos de Deus, hoje, não devem sentir-se envergonhados de confessar a sua crença nesse assunto. Se não houvesse ilimitada misericórdia em Cristo, para todos aqueles que nele creem, bem poderíamos nos esquivar desse temível tópico” (1994, p. 119).

Não pensem que é fácil falar sobre os milhões que passarão a eternidade no lago de fogo. Alguns amigos até acham minha posição meio dantesca e, por isso, medieval. No entanto, minha tarefa como ministro do Evangelho é falar a verdade, seguir os passos do Mestre, mesmo que, ao expor essa doutrina, alguns se sintam incomodados com ela. Muitos estão a passos largos no caminho do inferno, caminhando sobre um grande abismo que não se abre para engolir alguns dos tais, tal como engoliu vivo a Datã, Coré e Abirão (Nm 16. 30-33) por causa das muitas misericórdias de Deus, desse mesmo Deus que eles provocam a sua ira. 

Muitos ainda amam os seus pecados e, de forma enganosa, acreditam que podem desfrutar da eternidade com Deus sem seus pecados serem perdoados. Qual não será a surpresa de muitos ao perceberem que estão debaixo da Ira de Deus, simplesmente porque relutam em amar a Deus. Não é amor aos amigos e inimigos se não se anunciar o perigo que estão correndo. Talvez seja preciso que alguns precisem sentir o fogo do abismo queimando sob seus pés. 

Dirijo-me àqueles que ainda não despertaram para conversão e para o perigo que estão correndo. 

O inferno é para todos que não estão em Cristo. Hão de suportar o peso da ira de Deus. Foi João quem disse que Deus mesmo pelejará contra os que não se converteram ou que pensam que são convertidos. O Senhor Disse: “Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura” (Is 63.3). Outra vez João, o Discípulo do Amor, viu a cena terrível: “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso”(Ap 19.15).

Não há nada entre eles e o inferno a não ser a misericórdia de Deus. Mas lembrem-se: Ele está irado e quem pode lhe impedir de agir contra os seus pecados? Alguns supõem equivocadamente que está tudo bem com eles porque têm saúde, prosperidade, alegria, vão à igreja e desfrutam das bênçãos comuns de Deus. Mas isso não é garantia de que serão livres do inferno. A única garantia encontra-se no Cordeiro de Deus, que sofreu a Ira de Deus pelos homens. Se isso não é amor de Deus, em entregar o seu Filho por pecadores, não sabemos, então, o que é amor.

E estou a par de que essa mensagem não é popular. Sei também que alguns encontrarão pessoas que procurarão lhes dissuadir da realidade do inferno. Mas, “por que a cruz e todo sofrimento [de Jesus ], a não ser que haja o inferno? A morte de Cristo perde o seu significado eterno a não ser que haja uma separação de Deus da qual as pessoas precisam ser salvas” 6.  Não pense, também, que o inferno é apenas uma ameaça, e não uma realidade. Se assim o fosse, Deus seria mentiroso. Deus não usa mentiras para atrair aos homens. 

Como disse, essa não é uma mensagem popular. Mas ela é verdadeira porque a Bíblia é verdadeira, porque Jesus Cristo é verdadeiro e não pode mentir. Seja Deus verdadeiro e os homens mentirosos (Rm 3.3). Meus amigos, a visão que temos de nossos pecados não é um mínimo daquilo que Deus vê em nós. Certa vez, o pregador Jonathan Edwards, amparado numa visão estritamente bíblica, nos deu um quadro dos pecados dos homens: 
Vossas iniquidades vos fazem pesados como chumbo, pendentes para baixo, pressionados em direção ao inferno pelo próprio peso, e se Deus permitisse que caíssem vocês afundariam imediatamente, desceriam com a maior rapidez, e mergulhariam nesse abismo sem fundo. Vossa saúde, vossos cuidados e prudência, vossos melhores planos, toda a vossa retidão, de nada valeriam para sustentar-vos e conservar-vos fora do inferno. Seria como tentar segurar uma avalancha de pedras com uma teia de aranha. Se não fosse a misericórdia de Deus, a terra não suportaria vocês por um só momento, pois são uma carga para ela. A natureza geme por causa de vocês. A criação foi obrigada a se sujeitar à escravidão, involuntariamente, por causa da vossa corrupção. Não é com prazer que o sol brilha sobre vocês, para que sua luz vos alumie para pecarem e servirem a satanás. A terra não produz de bom grado os seus frutos para satisfazer vossa luxuria. Nem está disposta a servir de palco à exibição de vossas iniqüidades. Não é voluntariamente que o ar alimenta vossos corpos, mantendo viva a chama dos vossos corpos, enquanto vocês gastam a vida servindo os inimigos de Deus. As coisas criadas por Deus são boas e foram feitas para o homem, por meio delas, servisse ao Senhor. Não é com prazer que prestam serviço a outros propósitos, e gemem quando são ultrajadas ao servirem objetivos tão contrários à sua finalidade e natureza. E a própria terra vomitaria vocês se não fosse a mão soberana d'Aquele a quem vocês tanto tem ofendido. Eis aí as nuvens negras da ira de Deus pairando agora sobre vossas cabeças carregadas por uma tempestade ameaçadora, cheia de trovões. Não fosse a mão restringidora do Senhor, elas arrebentariam imediatamente sobre vocês. A misericórdia soberana de Deus, por enquanto, refreia esse vento impetuoso, do contrário ele sobreviria com fúria, vossa destruição ocorreria repentinamente, e vocês seriam como palha dispersada pelo vento"

Portanto, Deus está exortando-lhes, em nome de Cristo, por essa palavra rogando-lhes que se reconciliem com Deus (2Co 5.11-20). Não há muitas opções. É estar em Cristo ou longe dele. É céu ou inferno. Não brinque de cristão, não brinque de crente, não brinque de religiosos ou mesmo ateu. O Senhor Jesus é o seu Deus e Salvador? De fato, você já o recebeu e, portanto, pode ser contado entre os Eleitos do Senhor? O machado já está posto à raiz e “toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo” (Mt 7.19), disse o Senhor Jesus. Onde estão os frutos? O Senhor ainda disse: “Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem” (Jo 15. 6). Se isso não for uma realidade em sua vida, então a Ira de Deus permanece sobre você e você será lançado no inferno, no lugar que foi criado para o diabo e seus anjos. Rejeitando a presença de Deus, você estará em companhia do diabo e seus anjos. Fuja para os braços misericordiosos do Senhor Jesus enquanto é tempo!